“ Entrevista com uma Professora Alessandra do
Ensino Fundamental de 9 Anos.”
Aluna: O que e necessário pra alfabetizar uma criança que inicia aos 6 anos no 1 Ano do Ensino
Fundamental?
Professora: É
necessário que o professor reconheça que essa criança tem um perfil diferente
daquelas que ingressavam com 7 anos, na antiga primeira série, elas necessitam
de uma proposta adequada às necessidades específicas da idade, que considerem
sua maturação cognitiva, emocional e social. E ainda, o fato de muitas delas
não terem passado pela Educação Infantil, já que os sistemas de ensino não têm
a obrigatoriedade de oferecê-la, o que já acontecia na antiga proposta do
Ensino Fundamental (8 anos). Assim, é importante ter em mente que o primeiro
ano destina-se a propostas mais gerais, para atender outras necessidades da
faixa etária, não necessariamente de alfabetização.
Aluna: Qual metodologia usar para os anos iniciais do Ensino Fundamental?
Professora: Uma metodologia abrangente, voltada não mais para o ensino,
mas sim, para a aprendizagem, e que se aproprie do lúdico e que considere os
conhecimentos prévios dos alunos. O brincar deve ser a tônica do trabalho. E
que o professor, em sua proposta, organize sua prática com observações e
registros, para que possam gerar reflexões e novas ações.
Aluna: O que você pensa em relação à implantação da lei que beneficia as
crianças de 6 anos ingressarem no Ensino Fundamental?
Professora: Considero essa ampliação do Ensino Fundamental como positiva,
desde que os sistemas de ensino constituam um arcabouço teórico e prático para
sustentá-lo: teórico na medida em que possa oferecer uma política de formação
continuada aos professores, bem como organizar uma reformulação estrutural na
matriz curricular de toda a Educação Básica. No aspecto prático, que haja uma
sistematização sobre as vagas, número de salas de aula, adaptações físicas para
acolhimento dos alunos, número de professores e inclusive, de materiais
pedagógicos.
Aluna: Quais os recursos usados para alfabetizar?
Professora: Diferentes recursos didáticos: jogos, diferentes portadores
de texto, músicas, fichas de leitura, diferentes tipos de texto, letras móveis,
entre outros.
Aluna: Como desenvolver o trabalho com uma sala heterogênea?
Professora: Uma estratégia é o agrupamento produtivo, que aponta que o
trabalho com as crianças seja feito em duplas, consideradas as hipóteses que
cada uma têm sobre a linguagem escrita. O importante é que essas hipóteses não
sejam muito distantes, para que haja um conflito cognitivo a ser resolvido nas
atividades propostas, e que eles possibilitem um salto qualitativo no resultado
final da produção delas.
Aluna: Você acredita que o aluno que inicia alfabetizado tenha mais valor que
a criança que não?
Professora: Eu não acredito que ela tenha mais valor, acredito, sim, que
esse perfil de aluno necessite de propostas de atividades coerentes ao que já
conheça sobre a leitura e a escrita.
Aluna: O que fazer para que não haja discriminação?
Professora: Que o professor tenha uma boa formação e saiba trabalhar com
todos os alunos em seus diferentes níveis de conhecimento.
Aluna: Como você trabalharia a alfabetização com criança com dificuldade
motora?
Professora: Com exercícios que a auxiliassem nesse contexto, já que a
coordenação motora faz parte do processo de alfabetização.
Aluna: Qual seria sua proposta para alfabetizar crianças com Deficiência
Intelectual.
Professora: Com sondagens diagnósticas para o levantamento das
limitações de raciocínio do aluno e a organização atividades adequadas ao seu
perfil. A organização de alguns recursos
específicos para auxiliar a comunicação entre professor e aluno, e consequentemente,
sua aprendizagem. Dependendo do grau dessa deficiência, solicitar um
especialista para melhor abordagem do aluno.
Bibliografia:
Entrevista
feita com a professora Alessandra Novaes de Mendonça.
Trabalha
na Escola Estadual Professor Gabriel Archanjo de Mendonça (Polivalente)
São
João Nepomuceno MG.
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